quinta-feira, setembro 20, 2007

ABDICAÇÃO


Estava satisfeita em ser apenas sua amiga,
E por muito tempo assim fomos
Agora me pego pensando em você
nos momentos mais inesperados.
Acordo ansiosa para te vê,
E fico frustada quando isso não acontece.
Entre um trabalho e outro, uma leitura e outra,
Lá está você me lembrando tua falta.
Se não fala comigo, isso doi
Mas um só "oi" alegra todo o dia,
És como se fosse uma estrela em noite escura
Pode até não iluminar muito pela distância,
Mas saber que existe e está ali conforta.
Relutar agora é em vão
Todas as minhas forças estão com você,
Preciso me reencontrar sem te,
Rebaixar o amor a categoria maternal.
Em que momento tudo mudou?
Invadiu repetinamente minha vida.
Violou todas as trancas que me protegia de você.
Agora me pego sonhando acordada,
Quebrando meus príncipios tradicionais
Esperando aconchegar-me em seus braços.
Estava acostumada sem emoções proibidas,
Você era apenas uma pessoa legal,
Um bom papo num dia chato de trabalho,
Um passa tempo nas horas longas de espera.
Agora, só penso em você.
Mas o que espera disso tudo?
Preciso me reencontrar sem te.
Abdicar voluntariamente.
Não tenho futuro contigo.
Mas que permaneça em minha vida
Como a extensão do meu ser.
Como um amor maternal.

Verônica Bastos,
20SET2007


quinta-feira, setembro 13, 2007

FELICIDADE



Um dia eu sei que ela chegará,
Baterá em minha porta
E entrará de mansinho como se temesse assustar minha tranqüilidade.
Mas, talvez ela resolva ser mais ousada
e então me tomará em seus braços e beijará minha boca.
Sorrirá um riso branco e largo,
Dando a certeza de que és minha.
Um dia eu sei, ela abrirá minha porta secreta
e transformará a penumbra em um dia ensolarado.
Irreverente, abrirá todas as janelas e deixará a luz entrar,
Soltará os pássaros aprisionados em gaiolas que eu mesma criei.
Um dia ela deitará ao meu lado,
Pegará minhas mãos entre as suas e fará meu coração disparar.
Minhas pernas estarão sempre bombas de emoção
e minha alma será leve, plena de pura alegria.



Verônica Bastos
13SET2007

sexta-feira, setembro 07, 2007

SER FELIZ


Desculpe-me se estou tão feliz,
Se não choro mais por te,
Se sou amiga de tua amante.
Desculpe se estou brincando com a vida,
Se não sou mais tão triste,
Se não é mais o dono de mim.
Desculpe se não fico mais trancada em casa,
Se não espero mais você chegar,
Se não é mais minha preocupação.
Desculpe se o destino mudou de mão,
Se sou dona de meus pensamentos,
Senhora de meu coração.
Desculpe se você não é mais tão importante,
Se te deixo livre definitivamente,
Se felicidade não é mais sorrir contigo.
Desculpe se a liberdade agora é minha,
Se já ando sozinha na rua,
Se minha estrada não tem mais pedras.
Desculpe amor, por eu ter me amar mais,
Se meu caminho não tem espaço para você.
Desculpe por ser tão feliz longe de te.

Verônica Bastos
20MAI2007




quarta-feira, maio 16, 2007

****

*****

PENA

Quem me importa o agora?
Amanhã já será passado
E tu também terás passado.
Mas tenho muita pena de te.
Minhas dúvidas e dores já serão finitas,
Mas as tuas estarão começando.
Talvez doa igual,
Mas pode doer muito mais.
Não que seja um desejo meu,
Ninguém tem esse poder,
Mas é o circulo natural da vida.
Nada fica sem resposta.
Então tenho muita pena de te.
Vejo-o errando sem culpa,
Mas que preço pagarás?
Já estou pagando o meu preço:
O preço por ter errado,
Mas é também o preço por ter amado.
Que preço tu pagarás?
Tenho pena, muita pena de te.
A vida não perdoa mesmo que façamos.

Verônica Bastos
16MAI2007

SÓ FELIZ

É difícil ser feliz
Isso incomoda,
Chega a ofender.
Vê como nos invejam,
Como deseja o que temos,
Como cobiça a união que compartilhamos?
Olhe, perceba como entram em nossas vidas
Corrompendo tudo que de bom temos.
Vê? Não somos mais os mesmos.
Mas estou aqui.
Quebrada, remendada, costurada
Mas ainda estou aqui.
Vê como podem ser mesquinhos?
Mas estou feliz
Ainda que seja necessário ser uma fênix,
Que tenha que vigiar teu prazer, teu sono
E revirar em meio a insônia.
Estou aqui por hoje,
Por amanhã, para sempre, quem sabe!?
Estou contigo e tão só.
Mas ainda estou aqui, não estou?



Verônica Bastos
16MAI2007

quinta-feira, abril 05, 2007

FALANDO DE AMOR



Nem tudo é  cem por cento o que vivi. 
Algumas coisas vivi parcialmente, outra revivi e ainda existe algumas que foram necessário transporta-me à dor de alguém e vivê-la como se fosse própria.
Não importa que aparência tenha, em diferentes momentos vivemos as mesmas coisas, e, nada é mais inspirador do que as dores e as felicidades da vida. 
No entanto nada é mais tocante do que descrever o sentimento de um(a) amante que tem em si a espera ou a despedida e ainda reserva em si o espaço para o amor. 
O amor??? Bom cada um entende o amor de uma forma, mas todos precisam uns dos outros para vive. 
Não é possível viver sozinho, ainda que em sua essência permaneça só.
Milhares de pessoas resolveram descrever e até definir o amor. Luis Vaz de Camões disse que:

“Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favornos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?”


O dicionário Aurélio salienta que o amor é um “Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio artístico de sua terra...”
Aí, vem uma infinidade de definições e outra infinidade de maneiras de amar, e o que se amar.
Todos podemos tentar definir o amor, mais ele permanecerá sendo “um contentamento descontente”, “...Porque quem ama nunca sabe o que ama, nem sabe porque ama, nem o que é amar...” (Fernando Pessoa). Não se sabe também por quanto tempo durará esse amor. Pode ser meses, anos ou até uma eternidade, mas ainda assim será um amor e o amor não é um pecado, é uma dádiva.
E todos deveriam sentir-se felizes por está sendo amado ou/e por está amando, e não vangloriar-se até vulgarizar um sentimento que merece respeito pelo simples fato de ser o mais lindo e mais complexo dos deuses.
Mas o amor tem efeitos diversos. Às vezes
"Tenho frio e ardo em febre!
O amor me acalma e endouda,
o amor me eleva e abate!" (Olavo Bilac - Poesias), e ainda,
"Não me parecia que Amor
pudesse tanto comigo
que donde entre por amigo
se levante por senhor." (Luís de Camões - Rimas,).
Ficaria a citar inúmeros autores, pessoas comuns e ainda cientistas, sobre o que é o amor, mais para qualquer um ainda assim, não seria uma definição conclusiva.
Então nos cabe amar da forma que sabemos, e de cada maneira que precisamos. Cabe-nos também aceitar o amor que nos é oferecido sem subjugar. Cabe-nos ainda, conviver e viver o amor. Porque como cantou Gal Costa, “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. Viver é um misto de felicidade e tristeza, bonito e feio, bem e mal, certo e errado.”
Verônica Bastos
06ABR2007

segunda-feira, abril 02, 2007

SÓ UMA VEZ


Pela primeira vez na vida eu queria um amor.
Queria acordar com o perfume das flores,
O sorriso estonteante do sol.
Pela primeira vez eu queria adormecer com a lua.
Sob um céu repleto de constelações,
O beijo doce da brisa.
Pela primeira vez eu queria poder chorar de tristeza.
Queria deixar as lágrimas escorrer pela face,
Sem o medo de ser ridiculamente sensível.
Pela primeira vez queria me permitir se frágil.
Queria ser aconchegada com carinho,
Ser protegida de um mundo doente.
Pela primeira vez eu queria me deixar fica.
Queria um colo acolhedor,
Sem medo de ser subjugada.
Pela primeira vez gostarei de ser menina.
Queria minha inocência de volta,
A certeza de um amor protetor.
Pela primeira vez estou trincada, frágil.
Queria apenas um beijo doce,
Deixar ser vista por dentro.
Pela primeira vez queria ter o direito de está confusa.
Queria a dádiva de ser amada pelo que sou,
O respeito por está triste ou alegre.
Pela primeira vez queria está nua,
Livre de convenções esdrúxulas,
E acolhida pelo poder do sentimento perfeito.

Verônica Bastos
03ABR2007

domingo, abril 01, 2007

VIGÍLIA

Não me tome assim desse jeito
Com sofreguidão e fúria.
Sou apenas um pássaro
E minhas assas necessitam voar.
Não me aperte assim dessa maneira
Com uma força sufocante.
Sou apenas sonhos livres
E a fantasia necessita fluir.
Não me siga tão de perto
Com vigilância e perseguição.
Sou apenas a ânsia de viver
E a vida pulsa incansável.
O que temes?
Não necessito de grades,
Abra as algemas, tire as coleiras.
Permita-se sonhar, fantasiar.
A liberdade me prende a você.

Verônica Bastos
01ABR2007

sexta-feira, março 30, 2007

AMORE


Nunca esperei que pudesse entender,
Nem que se entregasse a mim.
Quis apenas quebrar paradigmas,
Romper meus limites
E até ousei sei mais fácil, frágil, mulher.
Me permitir ficar sem envolver
E acabei me envolvendo sem ficar.
Nunca esperei de você,
Nem podia esperar, qualquer sentimento...
Nada além de uma mera atração.
Mas quem sabe uma dia
Frente a frente tudo fique mais complexo
E a atração seja algo mais além.
Não espero que entenda.
Talvez tenha parecido fugaz e até volúvel.
Mas era preciso criar máscaras,
Esconder na introversão, no radicalismo.
Você não entenderá, nem espero que entenda
Mas tem pessoas que são feitas de emoções,
Que não sabe guardar-se em redomas.
Tem pessoas que não são nada;
Nada além de sentimentos ainda que controversos.
Não peço que entenda, você nem poderia,
Mas todas as máscaras são falsas, frágeis.
As tantas que criei não me protegeu de ti.
Mas quem sabe um dia cara a cara você entenda.
Aí, talvez nada seja tão superficial.

Verônica Bastos
30MAR2007

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

ROSA


ALFABETO DO AMIGO...



Amigo é aquele que Beija você com Carinho


e que Deseja com Entusiasmo sua Felicidade,


Garante fidelidade e é Humilde.


Independente do que você é,


Joga tudo para o alto e Larga mão da Matéria


e dos sentimentos ruins,


Naturalmente, para cumprir com sua Obrigação


e para Proteger a quem lhe protege.


Quer bem,


Respeita seu Silêncio, calado...


Transforma sua vida em uma


Única motivação para Viver.


Xeretando se preciso


e


Zangando quando necessário.


(Anônimo)

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

MANIAS

Não há segredos pra contar;
Não há mistérios a esclarece;
Não sou assim tão displicente.
Tenho apenas um motivo para sonha.
Sim, vou viajar por muitos mundos,
Conhecer muitas pessoas até;
Mas não há motivos pra chorar.
Por todos os caminhos há espinhos,
Ainda que se pise em pétalas,
Mas não há motivos para desilusão.
Serei do mundo...
Sou de todos que necessitem,
Todos que precisarem de minha mão.
Mas não há motivos para tristezas.
Sim, dançarei com muitas pessoas,
Beijarei a todos os amigos até.
Estenderei as mãos aos inimigos,
Mas não há motivos para desconfianças.
Por que nenhum é você
E apenas a te sou fiel.

Verônica Bastos
25AGO2006