quinta-feira, abril 05, 2007

FALANDO DE AMOR



Nem tudo é  cem por cento o que vivi. 
Algumas coisas vivi parcialmente, outra revivi e ainda existe algumas que foram necessário transporta-me à dor de alguém e vivê-la como se fosse própria.
Não importa que aparência tenha, em diferentes momentos vivemos as mesmas coisas, e, nada é mais inspirador do que as dores e as felicidades da vida. 
No entanto nada é mais tocante do que descrever o sentimento de um(a) amante que tem em si a espera ou a despedida e ainda reserva em si o espaço para o amor. 
O amor??? Bom cada um entende o amor de uma forma, mas todos precisam uns dos outros para vive. 
Não é possível viver sozinho, ainda que em sua essência permaneça só.
Milhares de pessoas resolveram descrever e até definir o amor. Luis Vaz de Camões disse que:

“Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favornos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?”


O dicionário Aurélio salienta que o amor é um “Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio artístico de sua terra...”
Aí, vem uma infinidade de definições e outra infinidade de maneiras de amar, e o que se amar.
Todos podemos tentar definir o amor, mais ele permanecerá sendo “um contentamento descontente”, “...Porque quem ama nunca sabe o que ama, nem sabe porque ama, nem o que é amar...” (Fernando Pessoa). Não se sabe também por quanto tempo durará esse amor. Pode ser meses, anos ou até uma eternidade, mas ainda assim será um amor e o amor não é um pecado, é uma dádiva.
E todos deveriam sentir-se felizes por está sendo amado ou/e por está amando, e não vangloriar-se até vulgarizar um sentimento que merece respeito pelo simples fato de ser o mais lindo e mais complexo dos deuses.
Mas o amor tem efeitos diversos. Às vezes
"Tenho frio e ardo em febre!
O amor me acalma e endouda,
o amor me eleva e abate!" (Olavo Bilac - Poesias), e ainda,
"Não me parecia que Amor
pudesse tanto comigo
que donde entre por amigo
se levante por senhor." (Luís de Camões - Rimas,).
Ficaria a citar inúmeros autores, pessoas comuns e ainda cientistas, sobre o que é o amor, mais para qualquer um ainda assim, não seria uma definição conclusiva.
Então nos cabe amar da forma que sabemos, e de cada maneira que precisamos. Cabe-nos também aceitar o amor que nos é oferecido sem subjugar. Cabe-nos ainda, conviver e viver o amor. Porque como cantou Gal Costa, “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. Viver é um misto de felicidade e tristeza, bonito e feio, bem e mal, certo e errado.”
Verônica Bastos
06ABR2007

segunda-feira, abril 02, 2007

SÓ UMA VEZ


Pela primeira vez na vida eu queria um amor.
Queria acordar com o perfume das flores,
O sorriso estonteante do sol.
Pela primeira vez eu queria adormecer com a lua.
Sob um céu repleto de constelações,
O beijo doce da brisa.
Pela primeira vez eu queria poder chorar de tristeza.
Queria deixar as lágrimas escorrer pela face,
Sem o medo de ser ridiculamente sensível.
Pela primeira vez queria me permitir se frágil.
Queria ser aconchegada com carinho,
Ser protegida de um mundo doente.
Pela primeira vez eu queria me deixar fica.
Queria um colo acolhedor,
Sem medo de ser subjugada.
Pela primeira vez gostarei de ser menina.
Queria minha inocência de volta,
A certeza de um amor protetor.
Pela primeira vez estou trincada, frágil.
Queria apenas um beijo doce,
Deixar ser vista por dentro.
Pela primeira vez queria ter o direito de está confusa.
Queria a dádiva de ser amada pelo que sou,
O respeito por está triste ou alegre.
Pela primeira vez queria está nua,
Livre de convenções esdrúxulas,
E acolhida pelo poder do sentimento perfeito.

Verônica Bastos
03ABR2007

domingo, abril 01, 2007

VIGÍLIA

Não me tome assim desse jeito
Com sofreguidão e fúria.
Sou apenas um pássaro
E minhas assas necessitam voar.
Não me aperte assim dessa maneira
Com uma força sufocante.
Sou apenas sonhos livres
E a fantasia necessita fluir.
Não me siga tão de perto
Com vigilância e perseguição.
Sou apenas a ânsia de viver
E a vida pulsa incansável.
O que temes?
Não necessito de grades,
Abra as algemas, tire as coleiras.
Permita-se sonhar, fantasiar.
A liberdade me prende a você.

Verônica Bastos
01ABR2007