domingo, janeiro 29, 2017

Sejam bem vindos!!!




"A vida é curta, quebre regras, perdoe rapidamente, beije demoradamente, ame verdadeiramente, ria incontrolavelmente, e nunca deixe de sorrir, por mais estranho que seja o motivo.
A vida não pode ser a festa que esperávamos, mas enquanto estamos aqui, devemos dançar..."





OUTRO MUNDO

Talvez estejam certos:
Não sou mais criança;
A adolescência também já ficou para trás;
A fase adulta logo passará.
Mas em que lugar do caminho eu me perdi?
Ainda tenho os mesmos sonhos,
Os mesmos sentimentos,
Os mesmos planos e os mesmos desejos.
Mas não tenho mais as mesmas pessoas.
São outros seres que me rodeiam,
Outros desejos, outros planos.
São muitas tramas, muitas sombras;
Muitas vaidades e enganos.
Não me encaixo nesse mundo.
É tudo tão superficial,
Tão utópico, tão artificial e impuro.

 Não me encontro neste mundo.
Faltam flores, falta compreensão,
Faltam agradecimentos, falta ética;
Falta acima de tudo, verdade.

Não sou mais criança, nem adolescente.
Mas em que ponto do caminho me perdi?
Não posso voltar à pureza,
Nem posso prosseguir em direção a esse vazio.

Ainda tenho os mesmos sonhos,
Os mesmos sentimentos,
Os mesmos planos e os mesmos desejos.
Mas são outras as dores, os desenganos.
São outras as pessoas.
Não caibo neste mundo,
Mas cabe em mim a liberdade. 


Verônica Bastos
29JAN2016.

domingo, junho 09, 2013

SOU QUEM SOU



Não sou teu passado.
Muito menos o teu futuro.
Sou o teu presente.
Não sou a culpada de teus traumas,
Muito menos o espelho do que vivestes.
Não posso carregar o peso de tua desilusão,
As marcas das tuas dores.
Tive minhas próprias dores.
Não posso pagar pelos remendos em tua vida.
Não sou a culpada de tuas mazelas,
Nem de sua felicidade anterior.
Sou o teu momento, o teu agora.
Me trate pelo que eu faço, pelo que eu sou.
Mas não me olhe com o olhar do passado.
Porque meu passado não te pertence;
Nem pode te fazer vítima dele.
Não mereço ser vítima do teu.
Tenho outra cara, outra personalidade,
Outro modo de ver e de viver.
Sou única em minha subjetividade
Não sou culpada de seu passado.
Sou quem sou.
Ou me ame ou deixe-me.

Verônica Bastos
26jan2015

AUSÊNCIA


Saudade…
O que seria…?
Se não o reviver imaginário do que se foi,
Ou a expectativa do nunca vivido.
Seria o encantamento diante de um bom amigo
Ou o sentimento que retrata sua distância?
Seria fugir do presente,
Ou adormecer no passado?
Talvez seja o amor perdido,
Ou a paixão nunca vivida.
Não importa o que seja,
Ou o que pareça.
Ela é, e sempre será a distância,
A ausência, o neutro…
Será o desejo de rever,
Ou simplesmente um modo de falar,
Um modo de sentir,
Uma forma de saber que alguém existe.
Na saudade cabe todos, tudo…
Uma pessoa, um cachorro, um objeto…
Cabe um amor, uma paixão, um amigo…
Cabe a família, Ah! A Família.
Essa cabe em qualquer lugar.
Em qualquer ponto, em qualquer espaço.
E a saudade segue…
Impõe a sua existência.
E eu sigo tendo saudade de te,
Hoje e sempre.

Verônica Bastos

24/05/2013

O PESO DO MUNDO


Deram-me um corpo,
Um corpo esguio, alongado;
Com o peso suficiente para suportar o mundo.
De tão esguio, deveria aguentar calada.
Era preciso ser silenciosa.
Era necessário vê, ouvi e não escutar.

Ainda era cedo,
Ainda era muito jovem,
Deram-me, mesmo assim, a estrada.
Um caminho para um futuro,
Haviam flores a beira do caminho,
O sol cálido aquecia suavemente o coração.
E por algum tempo, os contos de fadas pareceram existir,
Era uma coisa palpável, ao alcance das mãos.

Deram-me, então, os espinhos.
Em algum lugar do curto passado,
esqueceram de falar-me deles.
E não era qualquer espinho,
Ele encravava nas entranhas da alma,
Dilacerava o músculo pulsante
E os castelos não podiam mais ser tocados.

O corpo esguio, ganhou a primeira cicatriz,
Mas ainda era muito jovem,
Outras marcas viriam,
Umas esbarrariam nas outras, e por vez voltariam a sangrar.
Outras estradas, outros campos, outras flores,
Haveriam outros tempos, novo futuro.
Mas nunca mais os castelos.

Verônica Bastos

15/04/2013 

ESPAÇO VAGO


Há um espaço vago a frente,
Uma estrada longa e vazia,
Não é uma terra árida,
Mas também não é uma mata atlântica,
Seria uma caatinga, um serrado então?
Não dá para saber ao certo.
Mas dá para vê-la, perder-se ao longe.
Parece silenciosa,
Mas do que isso,
Parece solitária, vazia, nula.
Um caminho para lugar nenhum.

Aparentemente é uma estrada comum,
Mas não pode ser comum o vazio,
Não pode ser normal a solidão, o nulo.
O silencio sim é comum,
E por vez, necessário.
Ele não dá medo, não apavora, não causa dor.
Muitas vezes, é conselheiro até,
Mas o vago; é negro, é desconhecido.

Olhando-a mais atentamente,
Não é assim tão vazia.
Há umas poucas árvores a contorna-la.
Algumas flores teimosas a dançar.
Ainda tem o por do sol,
e  a lua que vem enamora-lo
Mesmo que quase em uma despedida.
Não seria então uma estrada romântica?
Diria que sim, o poeta
Mas logo seria rebatido pelo cético.

O romântico morre de amor
Aceita a dor como uma alento,
Mas o cético vê a estrada vazia.
E o realista sente a presença da solidão.
Reconhece o silêncio em sua alma,
E teme perder-se no espaço vago.
Porque o silêncio lhe é peculiar
Mas o nulo lhe é tenebroso,

Ainda há um espaço vago a frente,
Uma estrada longa e vazia,
Que amedronta, apavora,
sucumbindo o romantismo,
No vazio de um pobre solitário.

Verônica Bastos
07/04/2013

segunda-feira, outubro 22, 2012

LUZ

Hoje, uma mão negra apagou o sol.
Era uma mão bruxulenta,
De dedos maldosos,
Que empunhava a dor.
Era uma mão perdida,
Banhada em sangue.
Uma mão sem alma, sem paz.
Uma mão capaz arrancar as flores,
Esmagar sonhos.
Essa mão ousou elevar-se contra o bem,
Ferindo mortalmente a dignidade,
A honra, o amor, o carinho e o companheirismo.
Destruiu sonhos, interrompeu planos.
Deixou órfãs as estrelas...
Elas não mais terão o brilho do sol por empréstimo.
Terão que criar sua própria luz;
Intensificar o brilho que restou em si.
Mas, nada será para sempre.
Um dia as estrelas poderão,
novamente, banhar-se no calor do sol.
Sem dúvida,
As mãos bruxulentas, cairão.
Não será duradouro o seu reinado.
Por que nenhuma ofensa ao BEM ficará impune.
Nenhuma força é grande o suficiente,
Nem poderosa o bastante,
para não se curvar diante DELE.
Hoje uma mão negra apagou o sol.
Mas, todo eclipse como esse, é temporário.
Nenhuma mão é capaz de apagá-lo permanentemente.
Seu brilho foge por entre os dedos,
E chega a plenitude em outro plano.
Porque todo aquele que crer não perecerá jamais.

Verônica Bastos
20/10/2012

quinta-feira, março 17, 2011

ALMAS

Eu amo,
Amo sim.
Não tenho medo de amar.
Todos os meus temores,
Todas as minhas ressalvas diluíram, desapareceram.
Porque quando te vi,
Sentir que foi feito para mim,
Sentir que todas minhas células te reconheciam.
Era parte delas e a elas retornava.
Era o complemento perfeito,
O pedacinho que faltava a minha existência.
Entendi que nada mais valeria a pena sem te,
Não era só um encontro de almas,
Era também o propulsor de meu corpo.
Não preciso que esteja sempre perto,
Preciso que me ame.
Não preciso que me proteja dos desafios da vida,
Nem dos tratamentos hostis dos teus íntimos,
Preciso que esteja comigo,
que compartilhe teu sucesso e insucesso.
Que deseje ser inteiro ao meu lado,
mesmo precisando estar dividido.
Preciso que me queira como te quero.
Porque o amor não é uma questão de merecimento.
É uma dádiva de Deus, é a dança de almas.
Então:
_Dança comigo?


Verônica Bastos
16MAR2011

TEMPO AMIGO

O amor é um cliente mau educado.
Chega sem avisar,
Entra sem bater,
Se hospeda sem pedir,
Faz moradia sem tempo determinado.
Desarruma as coisas e rearruma a seu bem prazer.
O amor é um menino mimado.
Cheio de vontades,
Faz tudo do seu jeito.
É alegre e divertido, sedutor e inteligente.
Logo cativa a todos, ninguém quer vê-lo partir.
Ninguém merece seu adeus.
Porém, o amor às vezes é muito rebelde.
Desobediente, muda quando quer.
Mas, como todo cliente mal educado,
Sai sem dizer adeus,
Parte levando mais do que trouxe.
E como cresce com o tempo,
Agigantado, arrebenta as portas,
Estoura as janelas, esvazia o ambiente.
Impõem feroz e dolorosamente a sua ausência.
Sua indiferença subjuga seu locatário, joga-o ao abismo.
O tempo não lhe é fiel.
Um dia, o locatário terá outro cliente,
Porém, triste do hospedeiro que não tem o tempo como amigo.
Para este, o hospede mal educado se fará presente para sempre.
E, para sempre doerá à audência,
e para sempre terá a esperança de portas abertas ao hospede.
Ainda que seja tomado de assalto por outro,
e um novo hospede mal educado monte moradia,
Esse locatário nunca lhe oferecerá uma casa,
Emprestará apenas uma barraca.
Mas, nada mais sabido do que o tempo.
Só ele é senhor de todas as coisas.


Verônica Bastos
15MAR2011

segunda-feira, setembro 01, 2008

CHUVA

A chuva que cai lá fora,
Molha também aqui dentro,
É uma chuva fria, rala.
Gela minha alma,
Mas não molha meu corpo.
Encharca meu coração
E transborda em meus olhos.
É uma chuva que refresca o tempo.

A chuva que cai lá fora
É uma chuva forte.
Risca o céu e clareia o horizonte,
Mas obscurece meus pensamentos,
Embriaga minha razão,
Mas não toca em meu corpo,
Apenas inunda meu ser.

A chuva que cai lá fora
Não é uma chuva qualquer,
São os anjos que choram
Solidários a minha tempestade.
Mas não preciso de sua tristeza
Quero a sua força.

A chuva que cai lá fora
Não molha meu corpo,
Mais esfria meu coração,
Distancia minhas emoções,
Endurece meu ser.

Mas amanhã a tempestade terá passado.
Meus olhos terão secado,
E estarei pronta para tudo novamente
Porque sou feita do puro amor.

Verônica Bastos
25AGO2008

terça-feira, julho 08, 2008

HOMEM MAU

Amo um homem mau
Que com assas de anjos
E sorriso de santo,
Roubou-me o coração.

Amo um homem mau
Que com mãos quentes
E beijos doces,
Arrancou-me arrepios.

Esse homem mau
Despertou-me desejos,
Invadiu meus sonhos
E acalentou meu corpo.

Esse homem mau
Induziu-me a fantasias,
Ocupou meus pensamentos
E adormeci em seus braços.

Amo um homem mau
Que com palavras meigas,
Mas com atitude leviana,
Encantou-me imensamente.

Amo um homem mau
Que me adormeceu em êxtase,
Acordou-me com beijos
E desapareceu.

Esse homem mau
Vem e volta quando quer
Sirvo-lhe como amante,
Porém, não como mulher.

Amo um homem mau
Que me conquistou
Vivo procurando por ele.
E ele procura onde eu não estou.

Verônica Bastos
08JUL2008

quinta-feira, junho 26, 2008

DÁDIVA

Não cantarei um mundo louco,
Nem falarei dos amoroes que foram.
Não lembrarei das luzes que se apagaram,
Nem lamentarei os sorrisos mortos.
Falarei de te amor.
Do sol que nasce todos os dias,
Das estrelas que brilham só para te.
Falarei dos dias a teu lado,
Da alegria de te vê,
Da feliciadade de pertencer a te.
Falarei da grandeza de meu amor,
De como os pássaros cantam,
De como as flores desabrocham só para te.
Falarei de como és bela a vida,
De como ela se resigna a teus pés.
Falarei da dádiva de amar como eu te amo.

Verônica Bastos
26JUN2008

sexta-feira, junho 13, 2008

SÓ POR TE AMAR


É engraçado como tudo pode ser alegria.
É engraçado como um sorriso resplandece nossa alma.
É engraçado como o nada para muitos, pode ser tanto para outros.
É até suspeito senti tanta emoção, por apenas pequenos gestos de carinho.
É divina a transformação na alma, na vida, nos dias.
O sol brilha sempre mais forte, mais quente.
As flores são sempre mais belas, mais perfumadas.
A brisa do mar, sempre mais suáveis, mais agradáveis.
Até um dia frio, nublado, de fortes chuvas, tem sua doce melodia.
Nada é capaz de abalar a felicidade.
Ela está estampada no rasto de alguém que ama.
Todos os poros exalam amor.
Mas se não está tão evidente, é porque uma nuvem escura apareceu.
Mas todas as dificuldades se tornam menores.
Todos os erros e defeitos apresentam-se como superáveis.
É estranho como se sente forte.
É engraçado como se torna capaz de negociar tudo:
Sonhos, desejos e metas.
É divino como tudo pode ser facilmente resolvido.
É mágico como se tem tanta resistência para superar qualquer coisa.
Nada é empecilho para um ser que está amando.
É realmente engraçado como o amor tenta sobreviver às dores;
Como se deseja tanto fazer o outro feliz.
De onde se tira tanta força?
De onde vem tanta alegria?
É mesmo contagiante o amor.
É realmente doce ser amada.
Mas é simplesmente perfeito quando esse amor é recíproco.
É uma dádiva amar e se permitir ser amado.
O amor se dá sempre uma segunda chance,
Só para poder reviver os doces momentos juntos.
E é por te amar que meus momentos, mesmos os problemáticos, são felizes.
É só por te amar que os dias são mais belos, que os momentos são plenos.
E só por te amar que a vida vale a pena.

Verônica Bastos
11JUN2008

quarta-feira, abril 16, 2008

TUDO A SEU TEMPO


Olha meu rapaz;
Sentada aqui a beira do lago,
Tendo a relva como tapete,
Sentindo-a massagear meus frágeis pés,
E o vento a acariciar meus cabelos brancos;
É que vejo o quanto foi minha vida.
Trago na face às marcas do tempo,
No corpo o processo inevitável da degradação,
No coração as marcas profundas das dores.
Nada quis em minha vida a não ser amar.
Estive aberta a todas as formas de amor...
Amei tudo e todos.
Cada um, de uma forma totalmente especial.
Fui capaz de perdoar o imperdoável,
Compreender o incompreensível.
Em minha vida,

estive sempre disposta a socorrer que precisasse.
Nunca tive inimigos.
Aos desafetos, reservava no mínimo um terno carinho.
Foram muitos os amores!
E do mesmo tanto, foram às desilusões;
Do mesmo tamanho foram as dores.
Não falo de amores fraternos,

Esses nunca causaram dor alguma.
Era exatamente nesses que buscava força,

Forças para juntar os restos.
Falo portanto, do um amor entre o homem e a mulher.
Esse amor tão bom e tão maldito.
Bom porque nos fornece uma alegria diferente de viver:
Todas as cores ficam mais intensas,
Os cantos dos pássaros mais doces,
O desabrochar das flores mais belo.
Ficamos em estado de graça.
Assim, nos permitimos até sonha com “casamentos”.
Mas é também maldito...
Por que nos coloca em contato com o pior de nós.
O ciúme, as incertezas, as tristezas...

E as dores. Ah! as dores...
Nada é mais belo e doloroso do que o amor.
Me apaixonei muitas vezes, e outras tantas amei.
Hoje meu rapaz, porém te digo:
Em todos os momentos de minha vida só tive uma companheira:
_ A solidão.
Por toda a minha vida amei sozinha.
Não porque não tinha qualidades,
Mas porque nem todos se permitem amar e ser amado.
Estive na contra mão da vida, amando sozinha.
E o amor não sobrevive por um só lado.
Por algum motivo tosco, não soube o que era ser amada.
Agora me permito afirmar, que nunca conheci esse sentimento.
Porque onde está à essência do amor,
se não na reciprocidade?
Não conheci sua plenitude.
Pois não há plenitude na dúvida e na incerteza.
Houve sempre uma pedra no meu caminho,
Os tropeços foram inevitáveis.
Em todas às vezes perdi o equilíbrio, o rumo.
Talvez meu rapaz, em alguns momentos se pergunte:
Vale a pena amar?
Respondo-te, vale à pena estar vivo.
E é só amando que se vive, ainda que em dor.

Verônica Bastos
16ABR2008

Revisto em 13JUN2008

sábado, março 08, 2008

EU, EU MESMO

Eu, eu mesmo...
Eu, cheio de todos os cansaços
Quantos o mundo pode dar.
— Eu...
Afinal tudo, porque tudo é eu,
E até as estrelas, ao que parece,
Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças...
Que crianças não sei...
Eu...
Imperfeito? Incógnito? Divino?
Não sei...
Eu...
Tive um passado? Sem dúvida...
Tenho um presente? Sem dúvida...
Terei um futuro? Sem dúvida...
Ainda que pare de aqui a pouco...
Mas eu, eu...
Eu sou eu,
Eu fico eu,
Eu...

Álvaro de Campos

TE AMO


Quero dizer que te amo
Não porque é um bom partido, ou coisa do tipo
Talvez nem seja...,
Mas porque é o meu número.
Porque conto os minutos para te vê,
Decoro tua escala de serviço,
E tua voz deixa o mundo mais feliz.
Te amo, porque pensar em você me faz ri a toa,
E até seus defeitos são adoráveis.
Adoro quando parece distraído,
Mas me beija docemente.
Te amo antes de tudo
Porque chegou de mansinho,
Provocou minha ira e transformou em desejo,
Porque ficar sem você não tem mais sentido.
Te amo porque têm o que eu adoro e detesto,
É metade e contrário de mim.
Porque perto de você meu coração dispara,
E desperta os melhores sentimentos.
Te amo porque dançar contigo me deixa nas nuvens.
Porque me faz querer o que nunca quis,
Porque desejo cuidar de você como a mim mesma,
Porque dormir sem você não tem mais graça,
E porque nos completamos.
Te amo porque te amando, amo a mim mesma.

Verônica Bastos
06MAR2008

NOVO DIA

Quando o sol nascer será a hora.
Será a hora para recomeçar;
Uma nova chance para viver;
Mas estou presa ao passado recente,
E nada é mais desanimador.

Amanhã será um novo dia.
Um dia para encarar a verdade;
Uma oportunidade de colorir o futuro;
Mas a verdade é decepcionante,
E nada é mais doloroso.

Quando a noite dissipar será o momento.
O momento de transformar a realidade;
Abandonar as fantasias antigas;
Mas os sonhos novos estão partidos,
E nada é mais solitário.

Quando o sol nascer será à hora.
Será o dia de mudar de vida;
A rotina diária de solidão perpétua;
Mas estou tão sozinha,
E nada é mais decepcionante.

Amanhã será um novo dia.
Um dia para encontrar um novo amor;
Apaixonar perdidamente.
Mas não estou destinada a ser amada,
E nada é mais trágico.

Quando a noite dissipar será o momento.
O momento de planejar a felicidade;
Abrir as portas para as alegrias;
Mas o coração sangra dilacerado,
E nada é mais mortal.

Quando o sol nascer será a hora,
Será um novo dia, um novo momento.
Um momento para amar;
Mas estou cansada de sofrer;
E nada é mais sádico do que sonhos nulos.

Amanhã será um dia decisivo.
Será um dia para recomeçar ou desistir;
Para viver ou morrer;
Esquecer ou sofrer;
Mas não tenho controle dos sentimentos ,
E nada é mais incerto do que amar.

Verônica Bastos
07MAR2008

AMAR

Que temes amor meu?
Que estranha criatura te perturba?
Não escondas assim dele,
Se entregue aos devaneios.
Porque foges assim?
Permita-se perder nos braços dele
Sinta desprender de tuas entranhas
as pétalas de êxtase de vida.
Não temas amor meu.
Abra-se para o éden,
Deixe tua alma trilhar os caminhos,
As curvas da volúpia.
Porque temer a dor agora?
Se não se permite sentir
as emoções desvairada no íntimo,
as chamas convulsivas do corpo.
Permita-me guiar-te nesse mundo.
Não temas, a alma é pura.
Permita-se amar
Assim como eu te amo.

Verônica Bastos
23ABR2002

CERTEZA

Por você me despiria das assas;
Rasgaria minha alforria,
Enterraria meus sonhos.
Por você abriria o passado,
Vestir-me-ia de amarras,
Perderia minhas raízes.
Por você não viajaria sem destino,
Não dançaria aos ventos,
Sucumbir-me-ia em teus desejos.
Por você deixaria de ser quem sou.
Perder-me-ia no teu destino
E viveria o que traçastes para mim.
Mas por mim estou partindo.
Por você não me abandono;
Por amor a você serei simplesmente quem sou.

Verônica Bastos
24NOV2004

TODAS AS FORMAS

Ouvi todas as músicas do mundo;
Viajei por todas as línguas;
Li todos os romances já escritos,
Pesquisei os que ainda estão por ser.
Vasculhei todas as composições;
Desvendei todos os poemas;
Mas não achei nada.
Os artistas não foram capazes,
Não puderam inventar novas formas.
Então viajei pelos mares,
Pedi ajuda as estrelas e a lua.
Segredei ao sol e falei as flores;
Ainda roubei os cantos dos pássaros.
Andei por entre os animais;
Vi e revi o pôr e o nascer do sol.
Mas nada era mais bonito.
Invadir as cachoeiras, e os rios,
Despir toda a fauna e a flora.
Ainda ousei ir mais adiante
E vasculhei o universo.
Viajei, estudei, sonhei...
Procurei milhares de formas
Mas não existem,
Não inventaram maneiras melhores
Então te digo do jeito que sei.
EU TE AMO!
De todas as formas.

Verônica Bastos
21AGO2006

TATO















Minhas mãos estão estendidas,
Poderá pega-las se quiser.
Poderá levantar-se com elas
Ou afundar-se em seu orgulho;
Meu olhar não é de pena,
Não confunda a gratidão.
Mas a que devo ser grata?
A tua perfídia, ou a minha ilusão?

Devo agradecer-te
Pelas quedas e decepções,
Por derrubar toda a bondade;
Matar toda inocência,
E até o contato com o pior de mim.
Minhas mãos estão estendidas;
Pode tocá-las sem reservas,
Elas não trazem espinhos;
Ainda são pétalas como sempre.
Poderá apoiar-se nelas
E aconchegar-se em seu calor.
Mas entendo tua confusão,
Ainda sou a mesma sim.

Devo agradecer-te
Pelas noites de insônia,
Por destroçar todos os sonhos,
Matar as doces fantasias
E até o contato com o pior dos pesadelos.

Minhas mãos estão estendidas,
Pode segurá-las sem medo.
Elas trazem a compreensão.
Ainda são as que tantos de acarinhaste
Mas, não ficarão por muito tempo.
Sou simplesmente assim.
Mas há uma linha tênue: o limite
E existe até para o perdão.

Devo agradecer-te
Por tudo que matastes;
Pela falta de sensibilidade.
Mas por mostrastes minha força,
Aprendi a levantar.

Verônica Bastos
08FEV2007