sábado, março 08, 2008

TATO















Minhas mãos estão estendidas,
Poderá pega-las se quiser.
Poderá levantar-se com elas
Ou afundar-se em seu orgulho;
Meu olhar não é de pena,
Não confunda a gratidão.
Mas a que devo ser grata?
A tua perfídia, ou a minha ilusão?

Devo agradecer-te
Pelas quedas e decepções,
Por derrubar toda a bondade;
Matar toda inocência,
E até o contato com o pior de mim.
Minhas mãos estão estendidas;
Pode tocá-las sem reservas,
Elas não trazem espinhos;
Ainda são pétalas como sempre.
Poderá apoiar-se nelas
E aconchegar-se em seu calor.
Mas entendo tua confusão,
Ainda sou a mesma sim.

Devo agradecer-te
Pelas noites de insônia,
Por destroçar todos os sonhos,
Matar as doces fantasias
E até o contato com o pior dos pesadelos.

Minhas mãos estão estendidas,
Pode segurá-las sem medo.
Elas trazem a compreensão.
Ainda são as que tantos de acarinhaste
Mas, não ficarão por muito tempo.
Sou simplesmente assim.
Mas há uma linha tênue: o limite
E existe até para o perdão.

Devo agradecer-te
Por tudo que matastes;
Pela falta de sensibilidade.
Mas por mostrastes minha força,
Aprendi a levantar.

Verônica Bastos
08FEV2007

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