Hoje me olha com repugnação.
Sim, tenho o peso da idade nas costas.
Mas, trago também em mim a sabedoria,
Algo que tu não podes compreender.
Ontem olharás com indiferença.
Não és capaz de ver o brilho de uma estrela
O apreço de uma pérola,
Simplesmente porque é negra.
Ainda desdenhou da bela que passava.
Mas que és tu que se permite tal insulto?
O que queres a gorda ou a magra?
A perfeição será imperfeita,
Em poucos tempos remotos.
Tu não és mais do que porção de matéria.
Onde está tua perfeição,
A não ser nos mesmos átomos de todos os seres?
Verei teu futuro não muito distante.
Tem olhos negros de tristeza,
Corpo pálido de doença, magro de ódio
Tronco curvo de solidão.
O que queres como companhia?
Por enquanto tens tudo: tua pela clara,
Tua alegre juventude, teu sucesso
Teus superficiais amigos...
E tua única real companhia, o preconceito.
Bem vindo o teu presente.
Salde teu futuro, meu nobre amigo.
Verônica Bastos
16JAN2007

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