sexta-feira, agosto 18, 2006

A PALAVRA


Ah! Se eu tivesse o dom da palavra
Como Alphonsus de Guimarães,
Cassimiro de Abreu ou Carlos Drummond de Andrade.
Eu não escreveria um amor que se foi,
Nem o amor que quero;
Escreveria o amor que tenho.
Falaria ao mundo de você,
Com o risco de parecer ridícula.
Descreveria seus cabelos escuros,
Seus lábios sensuais e olhos penetrantes.
Ah! Se eu pudesse registrar emoção.
Eu diria do meu corpo palpitante,
De minha boca sedenta,
De minhas mãos úmidas,
De minha razão muda diante de te.
Ah! Se eu tivesse o dom da música.
Como Bethowen,
Tom Jobim e Frank Sinatra;
Faria você delirar.
Transportar para o piano toda emoção, todo meu amor;
Faria o vento levar minha voz até seus ouvidos.
Ah! Se eu fosse e não sou.
Talvez me amasse o protótipo do que eu seria.
Amo-te em “Meus oito anos”, “Amor e medo”.
Quero-te como “Ismália” e “nA catedral”
Desejo-te como em “Carta” numa “Cidadezinha qualquer”.
De alguma forma sou o que queres. Ah! Se eu pudesse voltar no tempo.
Teria você em meus braços novamente.
Sentiria meus pés deslizarem na relva;
O vento despenteando os cabelos.
Voltaria no tempo apenas para te ter novamente,
Sentir nossos corpos nus fundirem em um só corpo.
Brincar sob a chuva,
Corre na areia da praia,
Acordar do seu lado com o sol entrando pela janela.
Voltaria no tempo apenas para te amar novamente.
Verônica Bastos
19MAR1999

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